Esta raça nacional soma créditos e acumula records. É uma das mais antigas e mais populares do mundo. Teve berço aristocrático, fazendo as delícias da realeza nas suas frequentes montarias, mas mesmo fora das cortes e até longe das caçadas, manteve a linhagem fidalga, o porte elegante, um faro ímpar e uma emotiva dedicação ao dono. É mais do que justo que figure em seculares representações artísticas, parte das quais com assento em museus como o Prado, em Madrid. Quantas outras raças podem dizer o mesmo? Origem Perde-se nos tempos, mas não na memória dos homens, a quem, de resto, sempre serviu, a história de um cão extraordinário genuinamente português. Na busca da sua origem, há que viajar no tempo e ir ao encontro dos ancestrais cães de busca ibéricos, também eles exímios na arte de parar quando na presença de caça. O Perdigueiro Português é actualmente o seu único representante, mantendo o pêlo curto, a morfologia e a funcionalidade com que, já então, era conhecido e reconhecido este seu antepassado. História Este caçador nato faz parte da cultura, história e arte de um povo. O nosso povo. Mesmo antes dos primeiros registos oficiais, alguns datados do séc. X, já era utilizado em caçadas, mas apenas pelo topo da hierarquia social: realeza, nobreza e clero, estando interdito ao povo. Este incorria em penas que denpodiam levar ao próprio degredo, caso ousasse possuir um podengo (pés grandes) de mostra, como também era conhecido este cão. A sua robustez, resistência, carácter amistoso e talento para a caça à perdiz e codorniz, levaram os portugueses a fazer-se acompanhar da raça nas suas incursões pelos Médias com peso e medida: machos, 56 cm e 25 quilos, fêmeas, 52 cm e 19 quilos de peso oceanos. Uma espécie de jóia da coroa, para estrangeiro ver. Já tinha, pois, corrido mundo, quando começa a fazer as delícias dos britânicos, que com base nele criaram o Pointer. Partindo de um vasto grupo de perdigueiros que se manteve puro, sem cruzamentos com outras raças, foi estabelecido, no início da década de 30 do século passado, o estalão da raça, que é reconhecida internacionalmente desde então. Morfologia A primeira imagem é a de um cão de tamanho médio, corpo sólido, robusto e muito musculado, com uma cabeça quadrada. É activo e tem uma enorme elasticidade de movimentos. O pêlo, nem por isso macio, apresenta-se curto, denso e forte. Ainda que podendo variar de tonalidade, e até apresentar malhas brancas (nunca no dorso), amarelo é a sua cor. Já os olhos devem ser escuros. As orelhas são triangulares, pendentes e de pontas arredondadas. As patas são arredondadas e a cauda, que adelgaça na extremidade, é grossa na base. É muitas vezes amputada, mas, por determinação europeia, deve manter-se inteira nos exemplares exportados para a Europa. No geral, é um cão bonito, que transmite simpatia e segurança. Temperamento A expressão inteligente e cheia de vivacidade surge associada a um temperamento calmo, mas sociável, meigo e afectuoso. Porque são as qualidades de caçador que melhor definem o seu carácter, tiremos- lhe o retrato através delas. O Perdigueiro aprende rápido e tem um apurado instinto para a caça, a qual procura para oferecer ao dono e não para recreio próprio. Entrega se à caça com paixão e uma quase felicidade, mas sem egoísmos. Adapta-se a qualquer tipo de terreno e, em acção, é metódico e sagaz. A uma enorme resistência física associa espírito de sacrifício perante a missão a cumprir e submissão perante o dono. O Perdigueiro chegou à América do Norte — onde terá dado origem ao Labrador — à América do Sul, à Índia e ao Japão O seu extraordinário olfacto permite-lhe detectar a caça longe. Aí, pára e quando tal acontece, de uma coisa pode estar certo: ali há caça, porque o Perdigueiro não se engana. Prós e contras Se procura companhia, vai encontrá-la junto de um Perdigueiro Português. Inteligente e dedicado, vive feliz em família, e deleita-se com crianças, sendo um animal a quem as pode confiar. O pêlo exige poucos cuidados e é, por natureza, um cão asseado que facilmente aprende hábitos de higiene. Deve ser habituado a outros animais ainda em cachorro. Se já se rendeu e está prestes a adquirir um, deve saber respeitar a sua inclinação para a caça, nem que isso represente uma ida ao galinheiro do vizinho, se for esse o caso. |
Imagens Fadas de encanto
Há 12 anos
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